Mato no Ninho
- Cris Kohn
- 7 de nov. de 2016
- 2 min de leitura
"Cada um sabe a dor e a delícia de ser oque é" - Caetano Veloso
Porque arrastamos junto a nós nossos medos e nossos fantasmas? Como bolas de ferro amarradas aos nossos tornozelos andamos de um lado ao outro da vida carregando este peso morto que nos paralisa e nos atrasa diante das situações. Diante do novo projetamos no outro nossos medos, frustrações e achamos que o seu comportamento reflete exatamente aquilo que faz parte dos nossos piores pesadelos, mas por que? O outro não fez parte de nossas experiências passadas, não foi com ele que nossos medos e frustrações foram construídos, então por que ele haveria de se comportar de maneira igual?

Não que isso não possa acontecer, claro que sim, mas será que ele não merece o benefício da dúvida? O direito de se provar e se mostrar? Sem pré-julgamentos e sem carregar uma sombra que não é dele? Mas não. Matamos no ninho qualquer possibilidade de nos ferirmos novamente, de nos frustrarmos e de sofrer, afinal já somos phD em relacionamentos malsucedidos, então por que acumular mais um? Afinal já sabemos como isso vai terminar. Sabemos não, temos certeza!

Matamos no ninho.
Não quero sofrer.
Não quero chorar.
Não quero sangrar.
Mato no ninho.
E com isso vou seguindo .... segura, fria, estática e sem emoção.
Mato no ninho qualquer possibilidade de conhecer o novo, Mato no ninho qualquer possibilidade de se encantar e ser feliz novamente.... será que vale a pena?
Vale a pena matar no ninho e viver à sombra do passado e do medo de que as coisas venham a se repetir? De se preocupar com o que os outros vão dizer ou pensar? Ninguém vive a sua vida, ninguém viveu suas dores. Não insista no erro, mas permita-se errar, cultive seu ninho e o deixe aberto para acolher novas experiências, novos amores, novas paixões e sensações.
Permita-se errar, livre-se da bola de ferro, viva e seja FELIZ!

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