Príncipe ou Sapo?
- Cris Kohn
- 8 de fev. de 2017
- 2 min de leitura
Por mais que eu tente não consigo entender esta habilidade nata que os sapos possuem de se disfarçarem de príncipes. Como é possível? Como eles conseguem? Bichos tão feios, gosmentos, úmidos conseguem se disfarçar de príncipes altos, lindos, amorosos e irreais...talvez ai que esteja a grande sacada Príncipes não existem, não são reais..., mas por que insistimos em acreditar neles? Carência? Vontade de se enganar? Excesso de Disney na infância? Ou simplesmente o fato de que gostamos de nos iludir?

Hoje li um texto que diz que depois da desilusão nos fechamos para um grande amor por medo de nos deixar quebrar a cara novamente. Será? É grande a probabilidade, afinal quem é que gosta de se machucar? Quem é que gosta de se deparar com um sapo fantasiado de príncipe? Mas não acho que é só isso, com o tempo adquirimos maturidade, diante da dor e da decepção a maturidade é duplicada, até mesmo triplicada e conseguirmos discernir se aquele sapo vale a pena ou não.

Vale a pena tentar moldar, ajudar a crescer ou até mesmo aceitar defeitos que a tempos atrás não seriam tolerados? Vale a pena eliminar os filtros? Acho que não. Acho que vale a pena ponderar os filtros que são essenciais, que correspondem aos seus valores e a situações que você não quer mais passar, mas não eliminar todos, afinal ninguém gosta ou quer qualquer coisa, de ponta de estoque. Por que eliminar todos os filtros é aceitar o sapo nu e cru. O príncipe não existe isto é fato, mas também não precisamos aceitar o primeiro sapo que aparece, podemos esperar aquele sapo mais príncipe e menos sapo. Aquele sapo que é um pouco de tudo que queremos, que é doce, fiel, tolerante e que nos entenda, que nos aceite e nos ame, um sapo menos sapo e mais príncipe. Um sapo sem disfarces, um sapo sem manipulações, sem mentiras, sem enganações, um sapo, simplesmente um sapo.

"Quem sabe o príncipe virou um chato
Que vive dando no meu saco
Quem sabe a vida é não sonhar."
(Cássia Eller - Malandragem)
"Não sou a mulher que necessita e sim a mulher que prove"
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